Pará é um dos estados mais atingidos por incêndios, diz Inpe
30 de agosto de 2010
G1
BELÉM - Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o estado do Pará é um dos estados mais atingidos pelos incêndios florestais em todo o País. Segundo o órgão, a temporada de queimadas, que começou em junho, deve seguir até novembro.
O sudeste do estado é a região mais afetada pelas queimadas no Pará, que destroem rebanhos e lavouras, além de regiões de serra e áreas de preservação. Em São Félix do Xingu é uma das cidades onde a situação é mais crítica. No município, os focos de incêndio formam uma cortina de fumaça sobre a floresta.
Multas
Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, 79 fazendeiros foram multados por queimadas irregulares desde julho no Pará.
O Corpo de Bombeiros do Pará afirma que 250 homens atuam no sudeste do estado para combater as chamas, com a ajuda de equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Segundo o Ibama, além do Pará, os estados em que a situação é mais grave, atualmente, são Tocantins, Mato Grosso e Rondônia.
- O grande problema são as queimadas para a agricultura, para consolidar e implantar a pecuária, renovar pastos. Essa tecnologia rudimentar, com a baixa umidade relativa do ar, causa muitos transtornos e não dá para pensar em queimar -, diz Luciano Meneses Evaristo, diretor de proteção ambiental do Ibama.
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terça-feira, 31 de agosto de 2010
O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL: PARA OS 2ºANOS COMENTE O TEXTO
Desenvolvimento Industrial
O desenvolvimento industrial brasileiro tem sido significativo nas duas últimas décadas. Entre 1947 e 1960, no auge do processo de substituição de importações, foi alcançada notável taxa de expansão do setor industrial. Após 1960, entretanto, diminuiu o ritmo da expansão industrial, tendo em vista o fato de que a infra-estrutura econômica existente não mais sustentava a mesma alta taxa de crescimento.
De 1964 em diante, as autoridades federais adotaram um programa abrangente para superar esses obstáculos e proporcionar uma situação econômica voltada à expansão e à renovação do setor industrial, público e privado. Nos últimos 25 anos, o Brasil obteve sucesso na diversificação e expansão da produção de bens manufaturados e de consumo durável. Além disso, estabeleceu indústrias tecnologicamente sofisticadas, especialmente no campo das telecomunicações, processamento eletrônico de dados, biotecnologia e novos materiais. Quatro setores-chave, como o do aço, o automotivo, o petroquímico e o de serviços públicos, tiveram papel decisivo não só no desenvolvimento do setor industrial, mas também na expansão da economia como um todo.
Desenvolvimento Energético Brasileiro
Petróleo e Petroquímica
Até 1953, a produção de petróleo bruto no Brasil era de cerca de 2.000 barris por dia e a capacidade interna de refino não superava o dobro desse total, tornando o País muito dependente de importações. Naquele ano, após longos e difíceis debates, o Congresso Nacional votou a criação da companhia estatal de petróleo - Petrobras. Por ter direitos exclusivos para exploração e produção de petróleo, a Petrobras rapidamente iniciou a identificação de reservas de óleo comercialmente viáveis, como empreendimentos auto-sustentáveis de larga escala, tendo sido permitido às empresas privadas participações no refino e na distribuição. No início de 1990, impulsionado pela primeira crise mundial de petróleo na década de 70, o Brasil havia triplicado sua produção de petróleo, alcançando, em julho de 1994, a produção de 690 mil barris/dia, tornando-se, também, auto-suficiente no que se refere ao refino. Em 1995, essa produção chegou a 713 mil barris/dia, em 1996 foi de 806 mil barris/dia, tendo sido de 866 mil barris/dia no ano de 1997. A previsão para dezembro de 1998 é de que seja alcançada a produção recorde de 1,2 milhão de barris/dia de petróleo no País. Geração de Energia
A hidroeletricidade, a lenha e os produtos da cana-de-açúcar contribuem para uma alta participação das fontes renováveis na Matriz Energética Brasileira, correspondendo 58% da Oferta Interna de Energia-OIE. A fonte precípua de energia elétrica é a hidroeletricidade, tendo em vista que o País possui rios de grande volume e, por outro lado, reservas de petróleo e carvão relativamente pequenas.
Dotado de potencial hidroelétrico estimado em cerca de 260 milhões de kilowatts, o Brasil tem investido maciçamente no planejamento e na construção de barragens, para atender à demanda de energia de uma economia em rápido crescimento. A primeira usina hidrelétrica começou a operar no País no início de 1889, com geração de 250 kilowatts, o que representava metade de toda a termoeletricidade gerada na época. Em 1996, a proporção tornou-se bem diferente: 92% de toda energia elétrica gerada era hidrelétrica, e o restante era térmica e geotérmica. Em 1997, 54.970 milhões de kilowatts originaram-se de usinas hidroelétricas, enquanto 4.790 milhões foram gerados em fontes térmicas.
Em 1962, a capacidade de produção energética instalada no Brasil era de 5,8 milhões de kilowatts. Essa capacidade aumentou para 6,8 milhões de kilowatts em 1964, 17,6 milhões em 1974, 37,3 milhões de kilowatts em 1985 (quando apenas 8 turbinas operavam em tempo integral no complexo da hidrelétrica de Itaipu) e 63 milhões de kilowatts em 1997. Em dezembro de 1998, o setor elétrico dispunha de aproximadamente 65 milhões de kilowatts em operação. A capacidade instalada de geração de energia elétrica mais que quintuplicou entre 1970 e 1997.Setor Industrial
Indústria Automotiva
Os renovados dinamismo e modernização da indústria automotiva brasileira são em grande parte atribuídos à liberalização comercial que teve início em 1990, à apresentação de modelos de economia em 1993 e ao lançamento do Plano Real em julho de 1994. Entre 1990 e 1997, o Brasil passou de décimo a oitavo produtor mundial de veículos motores. Entre 1994 e 1997, a produção de automóveis cresceu de 1,4 milhão a 2 milhões de unidades. Em 1997, a indústria nacional de automóveis auferiu quase 5 bilhões de dólares de exportações; os veículos motores foram responsáveis por cerca de 10% do valor total de exportações brasileiras no ano. Em 1997, aproximadamente 64% dos veículos exportados o foram para os membros do Mercosul, sendo a Argentina o maior recipiente, com participação de 75% das exportações dirigidas ao mencionado mercado comum. As importações de veículos montaram a mais de 303.000 unidades, das quais 85% foram importadas por fabricantes e 15% por comerciantes. Em 1998, as exportações totalizaram mais de 5 bilhões de dólares, e as importações, perto de 5,4 bilhões de dólares.
Indústria Aeronáutica
Em 1899, quatro anos antes de Willbur e Orville Wright voarem em um aparelho mais pesado que o ar, em Kitty Hawk, Carolina do Norte, Alberto Santos Dumont, um brasileiro, pilotou um dirigível que decolou da pista do Aero Clube da França, circulou a Torre Eiffel e retornou para sua base em 29,5 minutos. Foi um percurso de 11 km. Em 1906, diante de várias testemunhas e grande multidão em Paris, Santos Dumont foi agraciado com a Taça "Prêmio Archdeacon", ao voar em um aparelho motorizado, mais pesado que o ar, por cerca de 250 metros.
O desenvolvimento industrial brasileiro tem sido significativo nas duas últimas décadas. Entre 1947 e 1960, no auge do processo de substituição de importações, foi alcançada notável taxa de expansão do setor industrial. Após 1960, entretanto, diminuiu o ritmo da expansão industrial, tendo em vista o fato de que a infra-estrutura econômica existente não mais sustentava a mesma alta taxa de crescimento.
De 1964 em diante, as autoridades federais adotaram um programa abrangente para superar esses obstáculos e proporcionar uma situação econômica voltada à expansão e à renovação do setor industrial, público e privado. Nos últimos 25 anos, o Brasil obteve sucesso na diversificação e expansão da produção de bens manufaturados e de consumo durável. Além disso, estabeleceu indústrias tecnologicamente sofisticadas, especialmente no campo das telecomunicações, processamento eletrônico de dados, biotecnologia e novos materiais. Quatro setores-chave, como o do aço, o automotivo, o petroquímico e o de serviços públicos, tiveram papel decisivo não só no desenvolvimento do setor industrial, mas também na expansão da economia como um todo.
Desenvolvimento Energético Brasileiro
Petróleo e Petroquímica
Até 1953, a produção de petróleo bruto no Brasil era de cerca de 2.000 barris por dia e a capacidade interna de refino não superava o dobro desse total, tornando o País muito dependente de importações. Naquele ano, após longos e difíceis debates, o Congresso Nacional votou a criação da companhia estatal de petróleo - Petrobras. Por ter direitos exclusivos para exploração e produção de petróleo, a Petrobras rapidamente iniciou a identificação de reservas de óleo comercialmente viáveis, como empreendimentos auto-sustentáveis de larga escala, tendo sido permitido às empresas privadas participações no refino e na distribuição. No início de 1990, impulsionado pela primeira crise mundial de petróleo na década de 70, o Brasil havia triplicado sua produção de petróleo, alcançando, em julho de 1994, a produção de 690 mil barris/dia, tornando-se, também, auto-suficiente no que se refere ao refino. Em 1995, essa produção chegou a 713 mil barris/dia, em 1996 foi de 806 mil barris/dia, tendo sido de 866 mil barris/dia no ano de 1997. A previsão para dezembro de 1998 é de que seja alcançada a produção recorde de 1,2 milhão de barris/dia de petróleo no País. Geração de Energia
A hidroeletricidade, a lenha e os produtos da cana-de-açúcar contribuem para uma alta participação das fontes renováveis na Matriz Energética Brasileira, correspondendo 58% da Oferta Interna de Energia-OIE. A fonte precípua de energia elétrica é a hidroeletricidade, tendo em vista que o País possui rios de grande volume e, por outro lado, reservas de petróleo e carvão relativamente pequenas.
Dotado de potencial hidroelétrico estimado em cerca de 260 milhões de kilowatts, o Brasil tem investido maciçamente no planejamento e na construção de barragens, para atender à demanda de energia de uma economia em rápido crescimento. A primeira usina hidrelétrica começou a operar no País no início de 1889, com geração de 250 kilowatts, o que representava metade de toda a termoeletricidade gerada na época. Em 1996, a proporção tornou-se bem diferente: 92% de toda energia elétrica gerada era hidrelétrica, e o restante era térmica e geotérmica. Em 1997, 54.970 milhões de kilowatts originaram-se de usinas hidroelétricas, enquanto 4.790 milhões foram gerados em fontes térmicas.
Em 1962, a capacidade de produção energética instalada no Brasil era de 5,8 milhões de kilowatts. Essa capacidade aumentou para 6,8 milhões de kilowatts em 1964, 17,6 milhões em 1974, 37,3 milhões de kilowatts em 1985 (quando apenas 8 turbinas operavam em tempo integral no complexo da hidrelétrica de Itaipu) e 63 milhões de kilowatts em 1997. Em dezembro de 1998, o setor elétrico dispunha de aproximadamente 65 milhões de kilowatts em operação. A capacidade instalada de geração de energia elétrica mais que quintuplicou entre 1970 e 1997.Setor Industrial
Indústria Automotiva
Os renovados dinamismo e modernização da indústria automotiva brasileira são em grande parte atribuídos à liberalização comercial que teve início em 1990, à apresentação de modelos de economia em 1993 e ao lançamento do Plano Real em julho de 1994. Entre 1990 e 1997, o Brasil passou de décimo a oitavo produtor mundial de veículos motores. Entre 1994 e 1997, a produção de automóveis cresceu de 1,4 milhão a 2 milhões de unidades. Em 1997, a indústria nacional de automóveis auferiu quase 5 bilhões de dólares de exportações; os veículos motores foram responsáveis por cerca de 10% do valor total de exportações brasileiras no ano. Em 1997, aproximadamente 64% dos veículos exportados o foram para os membros do Mercosul, sendo a Argentina o maior recipiente, com participação de 75% das exportações dirigidas ao mencionado mercado comum. As importações de veículos montaram a mais de 303.000 unidades, das quais 85% foram importadas por fabricantes e 15% por comerciantes. Em 1998, as exportações totalizaram mais de 5 bilhões de dólares, e as importações, perto de 5,4 bilhões de dólares.
Indústria Aeronáutica
Em 1899, quatro anos antes de Willbur e Orville Wright voarem em um aparelho mais pesado que o ar, em Kitty Hawk, Carolina do Norte, Alberto Santos Dumont, um brasileiro, pilotou um dirigível que decolou da pista do Aero Clube da França, circulou a Torre Eiffel e retornou para sua base em 29,5 minutos. Foi um percurso de 11 km. Em 1906, diante de várias testemunhas e grande multidão em Paris, Santos Dumont foi agraciado com a Taça "Prêmio Archdeacon", ao voar em um aparelho motorizado, mais pesado que o ar, por cerca de 250 metros.
TRABALHO PARA OS 1º ANOS: COMENTE O TEXTO
ÉTICA E POLÍTICA
Manfredo Araújo *
A questão das relações entre ética e política se transformou na questão número um do debate nacional a partir das denúncias de corrupção no ano passado. Este debate tem certamente méritos e é de fundamental importância para a vida nacional, mas é marcado por uma visão muito unilateral do fenômeno político. Ele dá a entender que tudo seria maravilhoso se nossos governantes possuíssem um conjunto de virtudes que atestassem seu bom caráter do qual dependeriam a paz e a ordem social. Perde-se assim uma das intuições fundamentais do pensamento político ocidental desde seus primórdios: o que é decisivo para a ética na política não são simplesmente as virtudes privadas dos governantes, mas o ordenamento institucional, porque é dele que depende se os cidadãos têm acesso ou não a seus direitos universais.
Por esta razão, a questão da corrupção não pode ser reduzida a um problema específico da esfera individual. Desde os gregos, que inauguraram o pensamento político ocidental, falar de ética na política não significava apenas uma consideração crítica frente às ações privadas dos cidadãos, mas sobretudo da configuração das relações sociais segundo princípios de justiça. A partir desta ótica falar de ética na política significa hoje para nós compreender que é tarefa do Estado garantir a participação popular na gestão da coisa pública através da criação de mecanismos permanentes de participação direta da população e da constituição de comitês populares para acompanhar e fiscalizar as atividades e as obras do Estado. Só assim será possível assegurar e ampliar os direitos sociais e enfrentar a questão básica que nos marca secularmente, a questão da desigualdade e da exclusão social. Isso implicaria uma reversão das prioridades no que diz respeito às políticas públicas, passando para o primeiro plano as que visam assegurar oportunidades de emprego e salário justo e os meios necessários para uma vida digna entre as quais em nossa situação específica se vão situar o acesso à terra e ao solo urbano como também moradia e saneamento para todos. Nesta perspectiva se revela como intrinsecamente corrupta uma política macroeconômica que transfere para os banqueiros a riqueza produzida por toda a nação e que impede a universalização do acesso a estes meios.
Claro que neste contexto é muito importante ter presente de que a corrupção individual e social não começou no atual governo, mas lamentavelmente se transformou num elemento estrutural do exercício do poder e da cultura política que nos marca. Por isto, não espanta e nem causa indignação a muitos o fato de que nossos partidos políticos não tenham defendido no parlamento de modo consistente as reformas e as políticas públicas que tornariam o país menos vulnerável seja à corrupção individual seja à continuidade de uma configuração iníqua da vida coletiva, porque marcada por um conjunto de instituições que sustentam as diferentes formas de exploração e de degradação da vida humana. Para além das virtudes pessoais dos governantes, o que realmente pode garantir a ética na política é a existência de instituições sólidas e de mecanismos de administração transparente, que sejam capazes de garantir os direitos universais do cidadão assim também como a existência de meios de comunicação livres, independentes, e de organismos de controle social que acompanhem o exercício do governo. O grande desafio do momento é que, sejamos capazes de ir além de uma crítica moralizante à corrupção pessoal, que facilmente é acompanhada de enorme hipocrisia, e nos empenhemos com seriedade numa crítica cívica às instituições e às políticas públicas.
*Filósofo, professor da Universidade Federal do Ceará/UFC
Manfredo Araújo *
A questão das relações entre ética e política se transformou na questão número um do debate nacional a partir das denúncias de corrupção no ano passado. Este debate tem certamente méritos e é de fundamental importância para a vida nacional, mas é marcado por uma visão muito unilateral do fenômeno político. Ele dá a entender que tudo seria maravilhoso se nossos governantes possuíssem um conjunto de virtudes que atestassem seu bom caráter do qual dependeriam a paz e a ordem social. Perde-se assim uma das intuições fundamentais do pensamento político ocidental desde seus primórdios: o que é decisivo para a ética na política não são simplesmente as virtudes privadas dos governantes, mas o ordenamento institucional, porque é dele que depende se os cidadãos têm acesso ou não a seus direitos universais.
Por esta razão, a questão da corrupção não pode ser reduzida a um problema específico da esfera individual. Desde os gregos, que inauguraram o pensamento político ocidental, falar de ética na política não significava apenas uma consideração crítica frente às ações privadas dos cidadãos, mas sobretudo da configuração das relações sociais segundo princípios de justiça. A partir desta ótica falar de ética na política significa hoje para nós compreender que é tarefa do Estado garantir a participação popular na gestão da coisa pública através da criação de mecanismos permanentes de participação direta da população e da constituição de comitês populares para acompanhar e fiscalizar as atividades e as obras do Estado. Só assim será possível assegurar e ampliar os direitos sociais e enfrentar a questão básica que nos marca secularmente, a questão da desigualdade e da exclusão social. Isso implicaria uma reversão das prioridades no que diz respeito às políticas públicas, passando para o primeiro plano as que visam assegurar oportunidades de emprego e salário justo e os meios necessários para uma vida digna entre as quais em nossa situação específica se vão situar o acesso à terra e ao solo urbano como também moradia e saneamento para todos. Nesta perspectiva se revela como intrinsecamente corrupta uma política macroeconômica que transfere para os banqueiros a riqueza produzida por toda a nação e que impede a universalização do acesso a estes meios.
Claro que neste contexto é muito importante ter presente de que a corrupção individual e social não começou no atual governo, mas lamentavelmente se transformou num elemento estrutural do exercício do poder e da cultura política que nos marca. Por isto, não espanta e nem causa indignação a muitos o fato de que nossos partidos políticos não tenham defendido no parlamento de modo consistente as reformas e as políticas públicas que tornariam o país menos vulnerável seja à corrupção individual seja à continuidade de uma configuração iníqua da vida coletiva, porque marcada por um conjunto de instituições que sustentam as diferentes formas de exploração e de degradação da vida humana. Para além das virtudes pessoais dos governantes, o que realmente pode garantir a ética na política é a existência de instituições sólidas e de mecanismos de administração transparente, que sejam capazes de garantir os direitos universais do cidadão assim também como a existência de meios de comunicação livres, independentes, e de organismos de controle social que acompanhem o exercício do governo. O grande desafio do momento é que, sejamos capazes de ir além de uma crítica moralizante à corrupção pessoal, que facilmente é acompanhada de enorme hipocrisia, e nos empenhemos com seriedade numa crítica cívica às instituições e às políticas públicas.
*Filósofo, professor da Universidade Federal do Ceará/UFC
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