
Do G1 PA
Estudantes da escola estadual de ensino médio polivalente de Altamira, no sudoeste paraense, denunciam as condições precárias que enfrentam diariamente dentro e fora das salas de aula.
O prédio construído há quase 40 anos está deteriorado, com instalações elétricas e hidráulicas desgastadas e lâmpadas que não funcionam. Em algumas das salas, que recebem diariamente 1.300 alunos, telhado e forro estão quebrados. Com a chuva forte, a situação se agrava. "Quando chove, molha a sala, e fica impossível estudar. Os alunos pisam no molhado, espalham a sujeira ..." denuncia a estudante Érica de Oliveira Brito.
A falta de água é outro problema que persiste desde o início do ano letivo. Apenas uma torneira funciona normalmente. Sem água, não é possível preparar os alimentos da merenda escolar, a higiene dos banheiros fica comprometida e o odor se torna insuportável.
Amostras da água do bebedouro da escola foram levadas para análise em um laboratório particular da cidade e também no laboratório municipal de análise de águas. O resultado comprovou que a água é considerada imprópria para consumo humano. Alguns estudantes já teriam passado mal depois de consumir a água.
"A cisterna não tem revestimento adequado, o que faz com que a água que fica armazenada, tenha gosto desagradável e cor amarelada", reconhece a diretora da escola, Patrícia Vargens.
Como alternativa ao problema, muitos alunos têm trazido suas próprias garrafinhas com água potável. "Se não trouxer a garrafinha de casa, a gente fica com sede, e com sede não dá para ficar porque depende da água pra tudo", reclama o alunoTássio Barros.
A situação ainda é mais difícil para os alunos que estudam à tarde por causa do calor forte. Com sede, eles reclamam que fica difícil permanecer nas salas de aula até o fim do turno.
"É horrível, é muito calor. Tem que ter água! A água que a gente traz não é suficiente para matar a sede até o final da aula. Ficar até o último horário, 18h40, sem água, é muito complicado pra gente", conta a estudante Michele Juliana.
A Secretaria Estadual de Educação (SEDUC) informa que a escola está no plano de obras da rede estadual de ensino previsto para este ano. O prédio deve receber uma reforma geral com novas instalações hidráulicas, elétricas, além de melhorias no forro e no telhado. A Seduc esclarece ainda que o fornecimento de merenda escolar está normalizado e que irá solucionar o problema estrutural que interfere na qualidade da água que abastece a escola.