AS ações antecipatórias necessárias para o recebimento de trabalhadores para o início da construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu, já foram atendidas pela Norte Energia, segundo o seu diretor Socioambiental, Antonio Coimbra. Ao todo, foram empenhados cerca de R$ 100 milhões em obras voltadas para as áreas de Saúde, Educação e Segurança, sendo que R$ 50 milhões já foram efetivamente pagos.
De acordo com dados apresentados pela Norte Energia durante workshop para jornalistas realizado nesta terça-feira, em Brasília, para todo o período de construção, o montante previsto em ações socioambientais é de R$ 3,7 bilhões, sendo R$ 3,2 bilhões referentes ao Plano Básico Ambiental (PBA) e R$ 500 milhões, no Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS). “Todas as ações antecipatórias relacionadas a salas de aula, postos de saúde e segurança que foram gastos no momento são suficientes para a atração populacional do início da obra”, disse Coimbra.
Coimbra frisou que a previsão é de que sejam contratados 18,7 mil trabalhadores para a obra, acompanhadas de aproximadamente 54 mil pessoas, entre familiares dos contratados. “Até abril, foram cadastradas 10.887 pessoas nos balcões para empregados em Belo Monte, sendo que apenas 1,1% são migrantes”, destacou Coimbra. Os dados apontariam, assim, baixo índice de atração populacional, justificando o valor aplicado em ações antecipatórias até o momento.
Em relação aos aspectos de engenharia do projeto, o diretor de Construção e Engenharia, Luiz Rufato, destacou que Belo Monte é viável economicamente porque está interligado ao Sistema Elétrico Brasileiro. Com isso, a grande quantidade de energia que venha a ser produzida no período de cheia do rio poderá ser armazenada e compensar a diminuição da produção durante a seca. “Já houve períodos em que a vazão do Rio Xingu caiu 400 m³/s. Com a barragem, a menor vazão será de 700 m³/s”, explicou.
Rufato também esclareceu que as alterações realizadas no projeto consideraram os aspectos ambientais e estão de acordo com as normas vigentes. “A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) permite algumas modificações. O sistema brasileiro tem todas as normas que dá a garantia de aprovação e realização dessas alterações”, disse. Um exemplo seria a construção de um canal, em vez de dois, para desviar a água do Rio Xingu em direção às turbinas. De acordo com Rufato, a elevação do aproveitamento das turbinas permitiu essa redução, para priorizar a diminuição nos impactos na região.
Quanto à liberação da Licença de Instalação (LI), a Norte Energia afirmou aguardar a análise do Ibama, destacando que a ideia é aproveitar o período de seca, no segundo semestre, para dar início às obras. “Dependendo de quando a licença de instalação sair, podemos reavaliar este cronograma”,
disse.
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